Publicado em 13 de junho de 2025 às 06:39
Israelenses estão estocando comida e água nesta sexta-feira (13/06) após um ataque de Israel ao Irã despertar temores de um conflito mais amplo entre os dois países. O governo israelenses declarou estado de emergência no seu território na expectativa de retaliações.>
Segundo o repórter Tom Bennett, da BBC em Jerusalém, as prateleiras dos supermercados da cidade estão se esvaziando rapidamente, com as pessoas estocando comida e água.>
A maior parte do país foi despertada por volta das 3h da manhã (21h de quinta-feira no horário de Brasília) com um breve toque de sirenes e um alerta telefônico sobre uma "ameaça significativa" — com as pessoas instruídas a permanecerem perto de um abrigo.>
Os serviços de emergência de Israel afirmam estar mobilizando serviços de doação e transfusão de sangue em todo o país, enquanto alguns hospitais afirmam estar dando alta a pacientes que estão bem o suficiente para voltar para casa.>
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Na Cisjordânia, um lockdown foi imposto em todas as cidades palestinas até novo aviso.>
Israel está se preparando para uma possível retaliação do Irã. Autoridades israelenses disseram que 100 drones iranianos foram enviados a Israel mas teriam sido interceptados pelo exército israelense.>
Segundo a mídia estatal iraniana, o chefe do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami, e o cientista Fereydoon Abbasi, ex-chefe da agência nuclear do país, foram mortos nos ataques.>
A morte de Salami é um duro golpe para Teerã. A Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) é um estratégica força militar, política e econômica no Irã, com laços estreitos com o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.>
Khamenei, afirmou que, com a operação, Israel "preparou para si mesmo um destino amargo, que certamente terá.">
Já o porta-voz das Forças Armadas do Irã, Abolfazl Shekarchi, afirmou que os Estados Unidos e Israel pagarão um "preço alto", segundo a agência Reuters.>
Os EUA, no entanto, declararam que o ataque foi uma decisão "unilateral" de Israel.>
Para o analista de Oriente Médio da BBC Sebastian Usher, o ataque de Israel ao Irã foi mais abrangente e intenso do que suas duas operações militares anteriores no ano ado.>
Os ataques visam não só atingir as bases de mísseis do Irã – e, portanto, sua capacidade de responder com força – mas também eliminar pessoas-chave da liderança iraniana assim como objetiva a destruição de várias instalações ligadas ao programa nuclear iraniano para minar a capacidade do Irã de construir armas atômicas.>
A mesma estratégia foi adotada por Israel contra o Hezbollah no Líbano e teve consequências devastadoras para o grupo e sua capacidade de montar uma contraofensiva sustentável.>
Imagens de Teerã mostraram o que parecem ser prédios específicos atingidos, semelhantes às imagens dos ataques de Israel aos subúrbios ao sul de Beirute, que culminaram na morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.>
Nenhuma figura dessa importância morreu nos ataques no Irã, segundo os relatos divulgados até agora. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, não foi alvo.>
"Mas matar o chefe do Estado-Maior Militar do Irã, o comandante da poderosa Guarda Revolucionária e vários dos principais cientistas nucleares do país nas primeiras horas de uma operação – que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu sugeriu que poderia durar dias – significa ter infligido um grau de dano sem precedentes à elite iraniana", diz Usher.>
"Isso parece exigir uma resposta mais feroz do Irã do que a que vimos em seus dois ataques a Israel no ano ado. Mas também pode dificultar muito a capacidade de Teerã de formular tal resposta.">
Alguns voos para o Irã e países vizinhos estão sendo cancelados. O Irã fechou oficialmente seu espaço aéreo após os ataques de Israel.>
Segundo a correspondente da BBC no Líbano Nafiseh Kohnavard, muitas companhias aéreas parecem também estar evitando o Iraque devido a preocupações com a segurança.>
Grupos paramilitares iranianos e iraquianos aliados a Teerã alertaram repetidamente que qualquer ataque ao Irã – seja por Israel ou pelos EUA – tornaria os interesses e bases americanos na região, particularmente no Iraque, alvos "legítimos".>
"Ontem à noite, conversei com um assessor do primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia al-Sudani, que me disse que seu governo tem mantido conversas intensas com grupos apoiados pelo Irã para dissuadi-los de retaliar caso o Irã seja atacado, enquanto Bagdá tenta evitar entrar em um novo conflito", diz Kohnavard.>
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